domingo, 25 de setembro de 2011

Pevides e obrigados

Tracia II Bulgaria
Directos a Istambul que se faz tarde e ainda tem que se atravessar a Bulgária. Paragem antes da fronteira para compras essenciais de última hora – ao lado dos patchuli de baunilha encontrei dois vernizes e uns óculos escuros. Seguimos em direcção a Pyce que em Búlgaro se lê Russe. Verde. A Bulgária é verde. A Bulgária é verde já com umas cores de Outono. Os mapas na Bulgária são em Búlgaro e aqui nem obrigado consigo pronunciar. Pago em euros. Sófia fica para o regresso. Atravessamos ponta a ponta e de uma ponta à outra, perco a conta aos pneus rebentados na beira da estrada.
Cruzamo-nos com um porco, com uma carroça em excesso de velocidade à conta das chibatadas no cavalo, uns burros, mais cavalos, uns rios. Bebemos uma mistela de nescafé com água aquecida no micro-ondas. Faço mais uma amiga da senhora da mercearia, que tenta sem resultado nenhum, ensinar-me obrigado em búlgaro.
Tracia III Turquia
Fronteira, saímos, passamos e entramos. Assim que ponho o pé em solo turco, tropeço. A seguir deixo cair os óculos. A seguir sou comida pelos mosquitos e mordida pelo mosquetão das malas da mota. Deixo cair pevides. Quase que me caem as lágrimas com as malaguetas picantes do jantar. Cai a extensão do intercomunicador da mota. Os turcos são simpáticos e correm depressa. Cai a noite e ainda faltam 250 quilómetros para o destino.
Assim que entramos na auto estrada, totalmente escura, as luzes da mota apagam-se, foi só um susto pequeno, parámos apenas por um momento curto e conseguimos retomar caminho. Depois de mais outra paragem, é a vez do intercomunicador falhar.
Na portagem, o turco brinca e pede 30. Afinal são 20 e ainda diz que me ama, em turco e em inglês. Treino mais uma vez os agradecimentos. As companhias da viagem a esta hora já estão fartas de me ouvir a dizer obrigado em todas as línguas e a toda a gente por onde passamos. Aposto que fartas disso, e de me ver a comer pevides.
Vou a olhar para as estrelas e a pensar que já se estão a alinhar para termos uma estadia perfeita e de facto assim continuou. O telemóvel com o gps e ponto do hotel ficou sem bateria, momentos antes de não se saber do papel com a morada. Por aproximação chegamos a um hotel que não é mas encontramos o papel. Peço a um turco que me diga onde fica e o turco bem simpático, não só convida e paga o chá, como liga para o hotel e ainda nos leva lá.
O hotel é afinal um condomínio de apartamentos na periferia de Istambul.  E afinal só estava preparado para 2 pessoas e não 4.

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